quinta-feira, fevereiro 28, 2002

Dona de casa

Uma das desvantagens de morar sozinha é essa: ninguém vai fazer nada por você se você se esquecer ou simplesmente tiver preguiça.

Acontece que eu percebi ontem que muitas roupas minhas estavam sujas. Mesmo depois que a "Isaura" chegou lá em casa (a nossa "escrava branca", a máquina de lavar comprada recentemente com o suor sagrado do nosso trabalho), as roupas continuaram se acumulando. Eu estava era com preguiça de ir até a área de serviço e colocar as roupas para ela lavar. Sem essa de ficar esfregando e maltratando as mãos (que parece que ficam um pouco feridas quando eu pego no sabão em pó), mas mesmo assim, as roupas estavam sujas e acumuladas.

Foi então que decidi mudar. Fui para casa bem cedo, e comecei a organizar as roupas: o que eu queria, o que não queria mais, o que estava sujo, o que estava limpo. Separei as roupas sujas por cores para poder lavá-las.

E estou lavando elas desde ontem a noite. Isaura já lavou remessas e mais remessas de roupa.

Hoje eu até que acordei cedo, mas acabei chegando atrasada para ir dando outras roupas para a Isaura. E hoje quando chegar em casa, vou continuar lavando, quer dizer, a Isaura vai contunar lavando...

Ai ai! Fico imaginando quando (se) eu me casar, como vai ser minha rotina... Tenho uma vida tão louca, tão de "veneta", só faço as coisas quando dá vontade. Me acostumar a ter disciplina, cuidar do "maridinho", da casa, comida e roupa lavada... Sei não, viu!

quarta-feira, fevereiro 27, 2002

Um "causo"

Bom, mais um evento hilário para minha coleção... É saudável quando conseguimos rir de nós mesmos por bobeiras.

Não era a primeira vez que isso acontecia: ficar na empresa até mais tarde e perceber que eu estava sem grana pra voltar pra casa de ônibus. Ok, ok. Da outra vez decidi fazer o quê: ir até um caixa eletrônico tirar dinheiro para pagar a passagem.

E o caixa eletrônico ficava lá no North Shopping, meia hora de caminhada a pé nas altas horas da noite dessa Fortaleza... Perigoso, mas pedi a Deus que me protegesse, e caminhava muito atenta aos lados, à frente e atrás.

Ok, missão cumprida. Cheguei lá e tirei R$ 10,00 para poder pagar uma passagem de R$ 0,50... Pior seria se o caixa rápido tivesse fora do ar, ou coisas assim. Né?

Mas eis que quando chego no ponto de ônibus, pronta para voltar pra casa, com a costumeira espera, resolvo abrir o livro que estou lendo atualmente: "Pergunte ao Pó" de John Fante.

E quando vou folheando o livro para me lembrar onde foi que eu parei, ainda comento comigo mesma "tenho que descolar um marcador para esse livro"

É aí quando vejo: lá estão três notinhas de R$ 1,00 dentro do livro. Putz! Fazia tanto tempo que eu procurava aquela grana, eu sabia que tinha guardado em algum lugar... E se eu tivesse visto antes, não teria precisado ir até o caixa eletrônico. R$ 3,00 dava de sobra para pagar a passagem do ônibus...

Mas... Menos mal... Pelo menos fiz uma caminhada, pensei na vida. Tomei um sorvete, passeei pelo Shopping. E fui pra casa rindo de mim mesma: "Boba!". E ainda tive uma idéia genial. O marcador do livro será uma das notas de R$ 1,00. Assim sempre terei ela lá quando eu estiver precisando. Hehe.

Até a próxima!

terça-feira, fevereiro 26, 2002

Segunda-feira diferente

A Segunda-feira foi um dia estranho. Ao mesmo tempo em que chovia, fazia um calor infernal. Enquanto eu estava no ar condicionado do escritório, tudo bem. Mas na hora do almoço algo parecia pesar... o clima não estava bom. As nuvens no céu escondiam o sol e isso me causava uma ligeira sensação de desconforto.

sexta-feira, fevereiro 22, 2002

Hoje é o dia!

É!

Hoje está com cara de ser um dia "D".

Pra começar, tive a iniciativa de mudar tudo aqui no escritório. Mesas saíram de seu lugar, papéis foram para o lixo, um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

Descartei um computador e mais um birô. Coloquei o outro computador na minha mesa de trabalho. Enfim... Há tempos que o Departamento de Garantia da Qualidade tava pedindo essa arrumação. E há tempos que eu empurrava com a barriga.

Na verdade eu não me sentia no direito de fazer isso, ainda. Desde que meu chefe saiu da Cemec, eu me vi meio deslocada. Sem rumo dentro da empresa. O chefe não foi substituído, o que me deixou claro que agora eu seria a chefe. Mas acho que, não só para mim, é muito difícil encarar um processo onde você passa de "Assistente" para "Chefe". Ainda mais quando essa transição não é explícita (apesar de eu ter sido comunicada verbalmente pelos gerentes da empresa, no meu crachá ainda consta "Assistente Técnica").

Só que depois de algum tempo (e isso ia acontencer um dia) eu me dei conta que se eu não fizer alguma coisa, ninguém fará por mim. Portanto algo teria que acontecer.

E para mim, mais do que uma arrumação no setor, esse dia simbolizou o meu grito de independência. A partir de hoje eu assumo que a Garantia da Qualidade da Cemec está nas minhas mãos! caberá a mim agora provar que mereço esse posto deixado por meu chefe. E se a empresa confiou em mim, porque eu não deveria confiar?

No mais, o fim de semana promete! Sexta-feira (hoje), show ENGENHARIA URBANA na Praia de Iracema. Sábado reunião com a banda Zone Eng (da qual sou produtora de marketing). E Domingo Encontro dos Poetas Kallicháos (faz tempo que quero encontrar aquela turminha e tenho novos poemas para recitar).

Me dei conta de mais uma coisa agora: como minha vida particular está se tornando distante da vida profissional. Na rua sou muito dedicada à arte e suas adjacências. Na Cemec preciso utilizar um lado racional e sério... Que desconheço em mim quando saio daqui.

Enfim, acho que isso tudo é natural. Faz parte da vida quando a gente é normal... Será isso compreensão, satisfação ou comodismo?

Só o tempo dirá!

Até mais,

P.S.: Visitem a página Letras Ledianas, que tem novidade lá!

quarta-feira, fevereiro 20, 2002

Uma escolha

Atualmente eu não estou namorando. Estou sozinha por opção.

Não estou querendo dizer, com isso, que estou cheia de pretendentes batendo à minha porta e ligando pra mim, e eu dizendo "não, não e não" a todos eles.

O verdadeiro sentido disso é o de que eu não estou querendo me enganar: fingir que gosto de alguém, ser grata a alguém por gostar de mim ou tentar ficar com alguém pra ver se vai dar certo...

O que quero mesmo é algo avassalador, um cara, aliás "o cara" que vire minha cabeça. Estou esperando me apaixonar de verdade por alguém. E eu acredito que vou perceber quando ele surgir na minha vida. Sei que ele pode estar em qualquer lugar. Pode ser alguém que eu já conheça, pode ser alguém que ainda nem nasceu... Enfim, só sei que atualmente, eu não o percebo. Enquanto isso eu prefiro continuar sozinha, me amando, me curtindo, me conhecendo melhor.

Claro que de vez em quando aparece uns "rolos". Uma festa e de repente alguém me olha de um jeito diferente. E movida por impulso ou alguma carência afetiva ou mesmo física, acabo ficando com alguém... Mas as coisas não se prolongam, por decisão minha ou deles, só sei que nunca dá certo.

Isso porque me considero fácil de ser seduzida. Qualquer bom ator pode se aproximar de mim sem muito esforço. Mas conquistar-me é que é o difícil. Na verdade, ainda não houve ninguém que realizou essa proeza. Porque seriam nos detalhes que eu me envolveria, no cotidiano que eu me apaixonaria todos os dias. Atores não conseguiriam manter a mesma máscara durante todo o tempo, o tempo todo.

Hoje chego à conclusão de que ainda não amei alguém de fato. Já acreditei que amei, sim, algumas vezes. Mas quando olho para tráz, percebo que não era bem assim. As coisas eram meio que uma hipnose e depois do fim eu percebia o engano.

Às vezes me faz falta um namorado. Para fazermos juntos coisas simples como qualquer casal apaixonado faz: ligar, falar bobagens, encontrar a qualquer hora, momento ou lugar. Andar de mãos dadas, beijar na boca, ter a certeza de que vamos nos encontrar amanhã e depois e depois... Certas coisas que vc não pode fazer com amigos, por mais amigos que sejam.

E ontem eu estava passeando no shopping e numa loja tinha uma lingerie preta transparente vestido num manequim...

segunda-feira, fevereiro 18, 2002

A lição

Às vezes a gente vai fazendo as coisas e perde o controle. Vamos agindo pensando que estamos fazendo o mais certo a ser feito mas quando olhamos pra trás (por que sempre olhamos pra trás) vemos que poderíamos ter feito coisas diferentes, ter feito escolhas diferentes...

E no final é só a gente que sofre. É só a gente que sabe o que fez e, por isso, sofre.

E fica pior quando a gente pensa: "se eu não existisse nada disso teria acontecido". É nessas horas que dá vontade de inexistir, para que o mundo se tranquilize com nossa ausência. Para que a tempestade se amenize com nossa partida.

Mas os piores não são os que erram, mas sim aqueles que não admitem seu erro. Num mundo onde ninguém é perfeito, há quem prefira apontar as faltas dos outros do que olhar para si próprio e perceber que também falha. E às vezes até também provoca, induz o erro nos outros.

Mas para mim, apesar disso tudo, meus quase 21 anos de estrada já me ensinaram que das pessoas podemos esperar de tudo, inclusive de nós mesmos.

Não é que eu não confie em ninguém. Mas estou preparada para tudo que possam me fazer, estou pronta para levar uma rasteira de meus melhores amigos. Estou pronta para minha melhor amiga dizer que não confia mais em mim por uma bobeira que eu possa ter feito. Estou pronta para fazer uma auto-avaliação e entender porque não fui compreendida totalmente: não são os outros que não entendem, sou eu que não me faço entender. Estou pronta para ser julgada e condenada também à revelia... E para pedir perdão, comos sempre pedi depois de reconhecer meus erros.

Se e quando isso acontecer comigo eu saberei, ou pelo menos tentarei pansar o bastante para saber o que fazer. Porque estou preparada. E porque sei reconhecer quando fiz algo de errado, e sei quando alguém está sofrendo ou magoado por algo que fiz ou deixei de fazer. E podem acreditar: eu também sofro com tudo isso.

Mas ao contrário de odiar "por alguns momentos" ou "pedoar pela metade". Farei e faço o possível para que tudo fique em paz comigo em com as pessoas. Perdoarei do fundo do meu coração, assim como já perdoei muita gente que me fez mal e reconheceu depois, e como fiz também com os que não reconheceram...

Porque por estar preparada pra tudo que venha das pessoas, eu também acredito da recuperação, na renovação. E que todos, eu disse todos, podem mudar a qualquer momento, inclusive agora mesmo.

Eu não faço jogos, eu não faço testes com ninguém. Eu apenas vivo procurando dar a minha melhor contribução para o mundo, olhando sempre ao meu redor, procurando dar as minhas mãos aos que vêm comigo, abraçar os que estão perto do meu coração, sorrir para os que vão passando. Não desejo mal a ninguém. Só quero fazer o bem porque isso me faz bem também.

Tem um cara chamado Carlos Maltz que parece que pensa assim também. Eu vou procurar ler mais sobre ele e conhecer melhor sobre sua vida para ter certeza. Isso me anima porque percebo que algumas pessoas no mundo ainda acreditam que a paz pode existir entre eu, você e o mundo!

A gente colhe aquilo que plantou!

sexta-feira, fevereiro 15, 2002

Isso deveria ter sido postado nesta data:
Quarta-feira, Fevereiro 12, 2002

Noite:

As coisas parecem ter um gosto especial quando acontecem de forma imprevista.

Eu que pensava que o resto do meu carnaval ia se resumir às lembranças das noites anteriores, que a festa já havia acabado e que nem a metade de um litro de cachaça e alguns limões seria mais pretexto para a turma se reencontrar aqui em casa... Tentei me consolar fazendo uma coisa que nunca havia tido tempo suficiente para fazer: ouvir na sequência cronológica os cd's da minha banda preferida: Engenheiros do Hawaii. Desde o Longe Demais das Capitais até o Surfando Karmas e DNA.

Lá pela tarde, quando estava tocando "O Papa é Pop" recebo a ilustre visita do meu amigo do trabalho, Romulo e alguns de seus amigos, que haviam vindo direto de Aracati, a praia onde brincavam o carnaval. Chegaram dispostos a passar o dia lá em casa. Ao mesmo tempo, os amigos enghaws de Fortal também ligaram pergutnando se alguma coisa ainda ia rolar por aqui. E eu respondi "A casa 'tá aberta e todos os amigos são bem vindos"

No início fiquei com receio de unir as duas turmas. Mas tudo correu tranquilo. O mundo aqui nessa Fortaleza é muito pequeno. Todos eles acabaram de alguma forma se reconhecendo de outros carnavais, com outras fantasias.

O nosso aspirante a "barman" detonou novamente outras caipirinhas. Meio litro de cachaça foi pouco dessa vez... E lá vamos nós num supermercado 24 horas comprar mais cachaça, mais limão, mais gelo e o tradicional vinho para "bridarmos a uva"... A noite passou rápida e furtiva. O último cd da sequência enghaw estava rolando e os "leigos" que ainda não tinham ouvido adoraram e elogiaram demais a banda... Claro! Se são meus amigos é porque, no mínimo, curtem Engenheiros do Hawaii.

Depois perdi noção de tempo. A caipirinha do Eliézio parece que tinha intenções subliminares de nos embriagar... Quando dei por mim eu estava deitada num colchonete na varanda, morrendo de frio, em plena madrugada! Todo mundo tava dormindo também... No meio da noite, fui buscar o edredon e coloquei o colchonete na sala. Alguém já tinha se apossado da minha cama também.

De manhã, Eliézio foi trabalhar. Romulo e seus amigos foram embora e ficaram na casa só eu, Adriana, Luciana e mais Shirley e seu bebê, Juan. Nesse dia, Juan ganhou mais 3 mães. O garotinho não tem nem 2 anos completos mas já pulava e gritava que nem a Adriana quando ouvia "Infinita Highway". Juan foi a alegria da casa na quarta-feira de cinzas.

A tarde Eliézio ligou perguntando: "- Ainda tem alguém aí?". Ainda tinha e ele veio de novo, mas dessa vez ninguém tinha mais estômago nem fígado para as caipirinhas e nem nada mais que contesse alcóol em sua fórmula.

Conversamos muito, e de novo! E marcamos mais outra festa para esse próximo Sábado, despedida das férias de Adriana e Eliézio, pq as aulas deles começam na próxima segunda-feira... E dá-lhe Festa Enghaw! Estamos todos carentes e mal-acostumados. Queremos agora qualquer motivo para nos unir novamente.

Eliézio! Estou aguardando a confirmação. Temos apenas um dia para organizar tudo!

Bom, e assim foi o CARNAVAL E AS CINZAS ENGHAW'S EM FORTAL. Ainda bem que festa que nem essa tem todo ano! Mas também, depois vem os "Aniversários Enghaws", "Semana Santa Enghaw", "São João Enghaw"... Não precisaremos esperar mais um ano inteiro, não...
Isso deveria ter sido postado nesta data:
Terça-feira, Fevereiro 11, 2002

Manhã:

Na segunda-feira algumas pessoas ligaram pensando que ainda havia festa e eu até convidei-os para vir logo a noite, porque Eliézio havia dito que vinha buscar o resto do equipamento da banda e a gente podia combinar alguma "farra miniatura".

Mas ninguém que convidei apareceu. Porém vieram os convidados do Eliézio: Sheila, Niviê e Alexandre.

Ainda havia aqui em casa um litro de cachaça que ninguém se atreveu a beber. Então fui comprar limão, gelo e açúcar para fazermos uma caipirinha. Qual não foi nossa surpresa quando o Eliézio se mostrou um "caipirinheiro" de primeira! Que caipirinhas! Dá pra ganhar dinheiro com isso, Eliézio!!

Mas o litro de cachaça não acabou, éramos poucos para degustar tanta delícia! Portanto o plano é que esse litro se acabe hoje se tiver alguém aqui em casa além de Luciana e eu.

quinta-feira, fevereiro 14, 2002

Isso deveria ter sido postado nesta data:
Segunda-feira, Fevereiro 11, 2002

À Tarde:

É...

O pessoal parece que não tinha armazenado energia suficiente para esse CARNAVAL ENGHAW EM FORTAL.

No domingo, depois do entardecer, o pessoal continuava encostado num canto... Entranhamente, ninguém conseguia explicar, mas um grupo seleto de pessoas - Graça, Adriana, Marcelo, Elézio, Ricardo e Denis - juntaram-se no portão de entrada da casa. Uma casa tão grande! E eles se reuniram num cubículo, que era o espaço do portão. Inexplicável! Diziam que era por causa do "calor humano" mas também acho que tenha sido porque o papo que rolava lá talvez fosse sensurado para os demais presentes na casa, hehe.

Mas aos poucos algumas pessoas foram indo embora. Outros amigos também chegaram mas não foram suficientes para recarregar as baterias das pessoas que preferiram ficar deitadas na rede e sentados na varanda.

Nós, os que ficamos, voltamos a ser crianças brincando de "Polícia, Vítima e Assassino" com cartas de baralho. Depois rolou o "Jogo da Verdade".

A noite chegou e Zone Eng preparou o repertório de encerramento. Umas quatro músicas. E quando dei por mim a casa estava praticamente vazia: a banda - Alan, André, Ricardo e Gabriel -; as meninas - Adriana e Graça -; a galerinha que tinha chegado no domingo - Roberto, Luiz, Paulo, Chacau - e mais Denis, Luciana e eu. Comparados à noite anterior... Até a casa ficou silenciosa.

Eliézio, que havia ido buscar o carro chegou de volta e rapidamente a banda desmontou o equipamento e foram todos embora, inclusive Adriana e Graça.

Daí foi uma questão de 2 horas para que quem ficou fosse embora também. Só o Denis ficou dormindo aqui para ir embora no dia seguinte, quando amanhecesse.

A madrugada nem havia chegado e fomos dormir. Eu ainda levantei para ligar pra Guga lá em Sorocaba e pra Maíra, em Recife. Eles também pareciam mais tranquilos e menos eufóricos do que na noite anterior.

E assim, dormi tranquila...
Isso deveria ter sido postado nesta data:
Domingo, Fevereiro 10, 2002

Manhã:

Ontem não faltou nada para ter sido uma grande festa!

Depois que a noite chegou, todos os amigos vieram chegando - um por um. Enghaw's e amantes do Rock Nacional. Zone Eng foi o show especial da noite. Eles emendaram o ensaio com a apresentação e cantaram inúmeras músicas. Quatro horas de duração, se não me engano. Muitas, múitas músicas dos Engenheiros do Hawaii, como não poderia deixar de ser.

As músicas do novo cd foram vibrantes! A turma cantava, pulava, gritava... Estávamos todos em êxtase absoluto!

E nesse meio tempo eu liguei pra Guga e falei com a turma de São Paulo, no CarnaHaw: Luiz, Fábio, Handrews, Maurício... E mais a galera que tava muito animada. Deu pra sentir o clima como estava lá! Tudo felicidade... Depois falei com Maíra duas vezes no telefone, em Recife, onde tava rolando o Acampamento Enghaw. E com isso Fortaleza se integrou aos outros pontos de encontro enghaw's no carnaval.

Eu estava embriagada pela felicidade: dançava, pulava, gritava, não pelo álcool, mas sim pela festa (não preciso beber para me animar)

E depois foi servido o caldo do Eliézio. Ele trouxe de casa um caldeirão de caldo de carne feito pelo pai dele e que foi servido para todos os presentes na festa. Para quem não sabe também, no Ceará, servir caldo durante ou depois da festa, serve para reabastecer a galera antes que todo mundo comece a morgar...

Foi então que Zone Eng cedeu o palco para os outros "músicos de plantão". Alexandre, Marcelo, Denis, Alex, Júnior, Rafael, Jorge... Representantes das bandas: Coda (Cover Legião Urbana). Atitude (Pop Rock de autoria própria) e Blue-Tex Ejaculation Band (Banda de Blues - a mesma formação da banda Atitude, mas com o Alex no vocal. Hehe).

Improvisaram um blues. E o refrão foi a única coisa que consegui decorar:

"Uhuhuhu... Rock no Carnaval
É isso aí, e coisa, e tal"

A festa estava no maior clima de amizade e união. A galera foi para a quadra, ao lado da casa. Todos estavam sentados no chão olhando as estrelas no céu e conversando bobeiras. Todos tão felizes!

Uma chuva veio e todos correram para dentro. Teve gente que ainda se lembrou da roupa no varal e retirou-as. Mas minha irmã, àquela altura do campeonato, nem se ligou nisso e a deixaram as roupas jogadas numa mesa que no fim serviu de cama e travesseiro para o Eliézio... Hehe.

Enquanto chovia lá fora, Adriana e Marcelo "brincavam" de jiu-jitsu tomando banho de chuva. E nós subimos para ver alguns Vídeos Enghaws que o Denis, a Adriana e o Eliézio tinham trazido... Dentre eles uma reportagem que havia sido gravada por cima de um filme pornô (Os Desejos de Marylin). Detalhe que a reportegem começava um pouco depois do filme, e quando terminava, o filme continuava... Quem prestou atenção na reportagem?

Já eram altas horas da madrugada. O pessoal foi apagando, capotando um por um. Faltou colchão pra tanta gente. Houve quem dormiu no banco da varanda (semelhante a um banco de praça), quem dormiu na cadeira, sobre a mesa, sobre as roupas limpas jogadas na mesa, no chão, no sofá... Fora os que ainda conseguiram pegar as camas, colchonetes e redes.

Eu e Luciana, quando percebemos, não tínhamos onde dormir... Então, enquanto Luciana pegou o colchonete entregue pelo André, eu revezava com o Denis a rede que ele trouxe: ele passava 10 minutos, eu passava outros 10. E numa das minhas vezes de esperar por ele eu fui lá embaixo onde André e Fernanda tocavam o violão, ainda acordados àquela hora. E tinha outras pessoas lá embaixo que também não dormiram. Santo caldo do Eliézio que deixou a galera ligada a noite toda...

Eu fiquei lá com o violão enquanto André pacientemente me ensinava a tocar o "Lá" e o "Ré". Os pais da Fernanda vieram buscá-la e eu fiquei por lá esquecida dos meus 10 minutos na rede.

E então o Denis aapareceu: "-Vá dormir, Lediana!". E foi o que fui fazer. Foi aí quando eu apaguei.

Disseram que, para acordar o pessoal, a banda tocou "Toda Forma de Poder" no volume máximo das caixas em plenas 7h da manhã. E eu não ouvi isso! Todos levantaram nessa hora, menos eu... Só acordei às 8h30min. Disseram também que os vizinhos vieram reclamar do barulho. Mas terminou tudo em paz.

Quando eu acordei, alguma parte da turma já havia ido embora. Mas muitos ficaram e tomamos café da manhã todos juntos. E agora estamos por aqui nos preparando para logo mais a noite. E outras pessoas ainda virão por aqui hoje para fazermos outra festa!

Os "músicos de plantão" já estão brincando de tocar novamente. Alan no baixo, André na guitarra, Denis na bateria, Ricardo no vocal. Outras pessoas estão lá em cima descansando, conversando, dormindo...

E eu estou aqui no bar da sala escrevendo. Agora a pouco fui comprar um garrafão de água pois a daqui tinha acabado. Fui sozinha e no meio do caminho pensei "Tô feliz!". Isso define tudo pra mim. Acho que essa está sendo uma das melhores fases da minha vida!

E o CARNAVAL ENGHAW EM FORTAL continua... Talvez à tarde a gente organize uma roda de poesias para abrir o show da Zone Eng que hoje terminará mais cedo para não incomodar os vizinhos. Depois vai ser só voz e violão...

Até mais!
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Sábado, Fevereiro 09, 2002

À Tarde:

E já que eu não tenho computador disponível, o jeito foi apelar para a caneta e o papel. Mesmo assim, pretendo reescrever isso no meu blog, na quinta-feira.

Quem estiver lendo isso, deve saber que eu sou fã incondicional da Banda Engenheiros do Hawaii. Deve saber também, ou não, que eu participo da lista de discussão [enghaw].

Pois bem. Aproveitando que, na lista, a programação para o carnaval estava sendo discutida para que fosse regada a rock'n roll e mais precisamente, Engenheiros do Hawaii. E como também, em conversa com os amigos de Fortaleza já pensávamos em algo parecido, então encontramos o dia certo e a hora exata para realizarmos o que chamamos de CARNAVAL ENGHAW EM FORTAL. E o lugar escolhido foi a minha casa, onde moro só com minha irmã. Uma casa relativamente grande que acomodaria muito bem todo mundo...

Não há uma programação definida, nem sabemos até quando ficaremos todos aqui. A intenção é que cada um faça o que goste e tem vontade.

Nesse momento, a banda Zone Eng - Cover Enghaw está terminando o ensaio. Alan, o guitarrista tocou a última música no teclado e agora pegou o baixo, está tocando a introdução de "Nau a Deriva". Gabriel, o baterista, quer aprender a tocar o baixo, mas o irmão dele, Ricardo, o baixista não está querendo ensinar.

André, o tecladista da banda ainda não chegou por aqui mas a namorada dele, Fernanda, já chegou e espera ansiosa que ele volte. É que Eliézio levou ele daqui há umas duas horas para irem almoçar. E os dois estão pra chegar.

Quem chegou por aqui também foi o Rafael com a namorada Emanuele. Conheci-os hoje e eles ficarão por aqui até quando quiserem. Luciana, minha irmã, está comigo aqui curtindo o som da banda. E nesse meio tempo ainda entrega roupa suja a "Isaura", a nossa escrava branca, a máquina de lavar.

Agora, depois que Eliézio e André chegaram. O casal está bincando com o teclado. André toca algumas melodias e Fernanda tenta adivinhar as músicas. Ao mesmo tempo, ela pede que ele toque alguma música da Legião Urbana. Ele faz a vontade da namorada tocando "Hoje a noite não tem luar"

Não sei se hoje a noite vai ter luar. Mas o que sei é que essa noite, e as outras que virão, prometem. Tem gente pra chegar. E tem gente que vem amanhã, também...

Bom, e a única certeza é que o CARNAVAL ENGHAW EM FORTAL está começando!

Bom carnaval para todos e para nós!
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Sexta-feira, Fevereiro 08, 2002

Meu horóscopo hoje dizia:

"Momento de encontros e que podem modificar sua vida para sempre. Procure não ficar confuso/a e sem saber o que fazer ou decidir. A oportunidade passa rápido, às vezes."

De fato, antes que o dia começasse, antes de eu ler o horóscopo, a minha madrugada já me trouxe uma oportunidade que passaria muito rápido, caso eu me confundisse na hora de decidir o que fazer. Vamos à história desde o início...

Fim de expediente no trabalho. Já e de praxe que eu fique até um pouco mais tarde para ficar mexendo na internet, no meu blog, conversando com o pessoal do icq, escrevendo alguns e-mails...

Mas já passava das 20h. Estava na hora de ir. Quem conversava comigo pelo icq era a Maíra. De repente ela me manda a seguinte mensagem:

"Lê, nao tá tarde nao mulé??
Sao oito e meia ja, tu vai voltar de bus é??
Vai te embora doida....se nao daqui a pouco dá meia noite
Ei, tive uma ideia
Tu num pode passar a noite aí no teu trab nao?????"

E eu, no susto, respondi:

"Passar a noite aqui?
Uma vez fiquei até três da manhã. Mas foi por causa do trabalho... Sabia que até seria uma boa... Ia dar pra arrumar um monte de coisa...
Olha que eu sou louca o suficiente pra isso, sabia?"

Estava decidido! Eu ia passar a noite no trabalho, na internet. Rapidamente comecei a me preparar. Maíra me passou alguns dos contatos do icq dela e organizamos um chat. O papo tava começando a ficar bom e eu já estava relax, pronta para virar a noite ali.

Mas o meu icq caiu. Vocês precisavam ver a minha cara de desgosto quando vi a mensagem "Este programa cometeu uma operação ilegal e será fechado". Naquela hora da noite, se a internet caísse, não haveira como retornar. O servidor não dava mais permissão para acessar. E eu sabia disso... Sabia que não ia mais ter como voltar ao icq.

O que fazer agora? Não queria voltar pra casa. Aliás... Àquela hora da noite eu não poderia mais voltar. Era tarde demais. Então decidi ficar. E ainda consegui mandar um e-mail para a Maíra explicando o que havia acontecido.

Foi então que ela me deu a idéia de nos falarmos pelo telefone. Liguei pra ela e conversamos muito noite adentro. Eu acho impressionante como nós duas nos conhecemos tão pouco e sobra assunto pra conversar... E cada vez a gente tem ainda mais histórias pra contar, opiniões, saudades... É uma amizade que tem o respeito acima de tudo. Resumindo: eu e Maíra nos damos muito bem.

E no meio do caminho, ela ainda me conseguiu o telefone do Guga e logo em seguida foi pra ele que eu liguei. E conversamos tanto! Madrugada afora falando sobre nós, sobre a vida, sobre música, sobre amizade... Só voltando no tempo para poder saber tudo o que conversamos naquela noite.

Três horas da manhã. Eu ainda estava ligadona. Perplexa por tudo que estava acontecendo de forma tão imprevisível. Escrevi outro e-mail para Maíra perguntando se eu podia ligar de novo pra ela. Mas não tive resposta. Mais tarde descobri que ele havia dormido colada no telefone esperando que eu ligasse de volta...

Eu também acabei adormecendo aqui mesmo na minha mesa do trabalho e fui acordada com o toque do meu celular. Era a Maíra que havia acordado no susto, às cinco da manhã...

Liguei para ela de novo e nós duas amanhecemos juntas ligadas pelo telefone. E houve um momento em que eu falei com ela:

- Maíra, vou te deixar dormir, certo?

E ela respondeu, solidária:

- E eu vou te deixar aí sozinha, Lediana!?

Pra quem não entende o que é amizade, não vai entender nada disso que eu estou escrevendo aqui. Sei que o dia de sexta-feira foi para recordar o que conversei, o que fiz, o que decidi fazer... E de manhã li o horóscopo que dizia que os encontros do dia mudariam minha vida para sempre!

Pelo visto, até os astros estão a meu favor!

Obrigada, Maíra.
Obrigada, Guga.

Por terem salvo a minha noite.

Beijos, Lediana!

quinta-feira, fevereiro 07, 2002

Homenagem

Ah!
Os amigos...

Queria escrever uma mensagem desse blog para cada um deles!

Ultimamente os meus amigos estão sendo a minha fonte de felicidade... Eles não são muitos, mas são o suficiente para que eu saiba agradecer a Deus por possuí-los e me sentir bem pelo fato de ter conseguido conquistar pessoas tão admiráveis!

Cada um deles tem uma peculiaridade, que me faz querer aprender, saber, ensinar, enfim, viver com cada um ao seu jeito.

Não vou citar nomes. Aqueles que lerem isso, vão sentir que é exatamente de você que estou falando. O que tenho a dizer é OBRIGADA por fazer parte de minha vida. Espero que eu esteja fazendo por merecer todos vocês.

Beijos,
Lediana

terça-feira, fevereiro 05, 2002

Antes, durante e depois

Eu queria ter escrito isso em cada momento chave para poder reproduzir com mais realidade os sentimentos. Mas por motivos alheios à minha vontade, isso não foi possível.

Neste último fim de semana eu estava fazendo o que será talvez o meu último Vestibular. Eram as provas específicas para o curso de Engenharia de Produção Mecânica, na UFC: Redação, Física e Matemática.

Na semana anterior ao exame eu estava fazendo um curso preparatório para a prova e isso foi o que mais me tomou o tempo. Misturadas à ansiedade da véspera, as sensações que experimentei foram traumatizantes. Chegava em casa sem saber o que fazer: estudar ou relaxar. Em uma semana não haveria mais o que aprender, mas ao mesmo tempo eu não me sentia no direito de de ficar parada... Nessa dúvida constante eu acabava dormindo... E acordava no dia seguinte para começar tudo de novo: trabalho - cursinho - casa - cama.

E no dia anterior à prova de Redação eu saí com os amigos para uma festa de aniversário. Não bebi e me diverti muito. Até cantei músicas dos Engenheiros do Hawaii com a banda que tava tocando lá. Depois eu não queria mais largar o microfone. E minha voz desafinada maltratava os ouvidos dos presentes na festa. No fim da noite tudo terminou tranquilo e aquilo me ajudou a me distrair para o dia seguinte.

Hoje percebo que os conflitos internos e essa euforia inexplicável eram reflexos da ansiedade que eu sentia. Ritos de passagem. E na hora da prova, o acúmulo de emoções me fez perder a inspiração durante uma hora contada no relógio. Quem diria... Logo eu que "escrevo pelos cotovelos" justo numa hora em que precisava, não conseguia escrever uma linha que fosse... No final isso atrasou meu texto e os fiscais tomaram a minha prova antes que eu pudesse reler o texto para consertar os possíveis erros. O tempo havia acabado.

E foi após esse fracasso, após entregar a prova, que as confusões internas explodiram... Ali na sala de aula, que já estava vazia, chorei como há muito tempo eu não havia chorado.

E quando cheguei em casa dormi muito. As lágrimas foram necessárias para que eu liberase as tensões. No mesmo dia eu também saí com os mesmos amigos do dia anterior. Fomos para a Ponte Metálica ouvir o mar e com o violão na mão, cantar Engenheiros do Hawaii.

Todo o bom astral da galera foi o suficiente para me tranquilizar completamente. A ansiedade toda havia ido embora. No dia seguinte fiz a prova de Matemática e Física sem preocupações...

Agora é esperar o resultado. No fim tudo deu certo. Minha opinião sobre a prova foi igual a de todo mundo: Matamática tava boa, e Física, horrível! Resta saber quem acertou mais questões: eu ou todo mundo.

Depois disso tudo estou de férias. Pelo menos até quando sair o resultado.