quinta-feira, março 28, 2002

Yeahhhhh!

Acabo de vir de uma conversa com a Gerente de Recursos Humanos da empresa. Onde, para mim, foram definidos vários pontos sobre meu futuro aqui dentro. O papo foi rápido (menos de vinte minutos, talvez) mas foi o suficiente para eu moldar um horizonte sobre minhas tarefas nessas semanas de véspera de Auditoria. E consequentemente as semanas posteriores.

Legal foi a aventura que não podia deixar de acontecer:

Dez horas da manhã, o telefone toca. Era a própria Dina (Gerente de RH) querendo saber como andavam os trabalhos para a Auditoria... Eu deveria estar na mesa dela em meia hora e apresentar um planejamento.

É... Quem leu o meu último post sabe que na verdade nada havia sido feito, né? Então lá vou eu preparar uma longa história e desengavetar uma série de papéis para poder ter argumentos. E não deixar claro que fiquei sem fazer nada durante todo esse tempo. Preferi assim, do que apresentar para ela todas as minha lamúrias e dificuldades internas.

Bom, psicóloga que ela é... Deve ter percebido minha insegurança. Mas não usou isso contra mim. Muito pelo contrário. O papo acabou sendo bastante produtivo. E, claro, sobrou muito trabalho pra mim!

Mas era exatamente isso o que eu estava querendo.

No mais, Segunda-feira é um novo dia. As coisas vão melhorar, eu sinto...

terça-feira, março 26, 2002

Decidindo o presente

Às vezes penso que não faço juz ao meu salário aqui na Cemec. Ganho muito por fazer tão pouco.

Certo, certo. Minha função na empresa exige um especialista e a responsabilidade também é grande (principalmente agora que toco tudo sozinha). Mas o que percebo e que a própria empresa (leia-se, seus gerentes) não se importam muito, ou parecem não se importar com a área onde trabalho, com a função que exerço na empresa.

Sempre fui acostumada a seguir ordens. Alguém sempre diz o que é preciso ser feito, eu vou lá e faço. Sempre pensei que isso fosse a definição de "trabalho". Mas o fato é que hoje em dia, já que eu sou a chefe do setor, eu sou quem tem que dizer o que precisa ser feito. E agora estou me dando conta o quanto sou incompetente como chefe.

E mais incompetente é quem ainda me mantém aqui. E engraçado é que ainda consta no meu crachá "Assistente Técnica". Assistente de quê, de quem, oras? Sinto estar sendo uma mão de obra desperdiçada. Acho que ainda posso contribuir muito com meus conhecimentos, tanto sobre meu trabalho atual: Qualidade, como as coisas que aprendi na Escola Técnica: Eletricidade. Aí sim eu ia fazer juz ao salário que recebo.

Mas da forma como estou sendo deixada, a mercer de minhas próprias decisões, sem um "tutor" do lado me orientando, tudo fica mais difícil. O fato é que estou totalmente desmotivada, desestimulada com minha função dentro da empresa. Faço uma retrospectiva, volto a três anos atrás quando eu era uma estagiária curiosa... Aqueles olhos brilhantes por ter uma boa idéia. Infelizmente, isso não existe mais hoje em dia.

Não esqueci as coisas que aprendi. Mas o que me falta é tato ao lidar com as pessoas. Ter responsabilidade com o compromisso de minha função.

A manutenção do certificado ISO 9000 dessa empresa está nas minhas mãos. E eu ainda não me dei conta disso. Há dois meses me perguntaram se eu era capaz de cuidar disso. Eu respondi que não sabia responder, que ia tentar, mas que estava disposta. E nunca mais quiseram saber como eu estava, se as tentativas estavam dando certo...

E hoje eu percebo que na realidade não deu certo. Tenho menos de um mês para preparar tudo e em mim não há a mínima disposição para o trabalho. Mas o meu senso de responsabilidade não permite que eu peça para sair. Nem que eu chegue para a chefia e diga que as coisas não vão ser boas... A essa altura do campeonato, não sei nem o que fazer. Penso em esperar Abril chegar, a auditoria vai provar minha incompetência e serei inevitavelmente demitida.

Porém posso virar esse jogo. Tenho menos de um mês para fazer isso, mas 28 dias ainda pode ser muito tempo para tentar reverter a situação. Mas preciso de um plano antes. Não posso sair descontroladamente tentando resolver todos os problemas do mundo. Assim não vai funcionar...

Será que amanhã as coisas mudam por aqui? Quem viver verá!

segunda-feira, março 25, 2002

BIG FESTA NÍVER DUPLO ENGHAW

O Sábado começou chuvoso e eu me acordei para ir buscar Maíra na Rodoviária. Impressionante como esse é o nosso terceiro encontro e parece até que nos vimos no fim de semana anterior, no dia anterior... Da rodoviária, ainda passamos na casa de uma amiga que Maíra tem aqui em Fortal: Patrícia. Mas rapidamente, fomos nós três para a minha casa.

Ainda haviam todos os preparativos da festa para resolvermos: fazer as compras e a comida, receber a galera que vinha lá pra casa antes de irmos para a casa de praia da festa , incertezas sobre quem realmente iria, quantos carros, quem iria na Van, etc, etc. Além de tudo, São Pedro não colaborava. Toda vez que tentávamos sair de casa, era um "toró" danado! Águas de Março fechando o verão.

Presos dentro de casa por causa da chuva, assistimos à Banda Coda na tv se apresentando num programa de uma emissora local. Que chique! Logo depois da apresentação na televisão, os músicos viriam direto para a nossa festa de aniversário!

Stress's e TPM's à parte, tudo se resolveu a noite quando a Casa de Praia abriu suas portas e os convidados foram chegando. E melhor ainda ficou a festa quando chegaram os comes e bebes, com a turma que tinha ido ao supermercado fazer as compras.

A espectativa para o Sábado a Noite era a apresentação das bandas que ainda arrumavam seus equipamentos enquanto uma turminha já se embriagava nos vinhos e caíam na piscina. Uhuuuoooooouuuuuuu!

Zone Eng foi a primeira a tocar. Um show descontraído, já que estávamos todos entre amigos. O set list foi dispensado, as músicas eram decididas na hora, de acordo com o clima da galera. Destaque para "Infinita Highway", que eu e Maíra cantamos abraçadas, oferecendo a música uma a outra: "Você me faz correr demais os riscos dessa highway. Você me faz correr atrás do horizonte desta highway (...)"

Depois do show Cover Enghaw, foi a vez de "Fulanos e Tais", uma banda paralela à Coda, compostas pelos mesmos integrantes, quando ela não faz cover da Legião Urbana, mas sim Ultarge a Rigor, Mamonas Assassinas e afins. Um show muito animado principalmente aos que já estavam pra lá de Bagdá...

A madrugada seguia enquanto lá fomos eu e Maíra ligar pra Guga e conversar sobre tudo o que estava rolando na festa! Estávamos do lado de fora da casa, na rua que era de areia. E devido à chuva, tava tudo escorregadio (por isso que a gente caminhava e quase, eu disse "quase", caía)

Nesse meio tempo chega a outra banda que ia encerrar a noite: "Conexão Central". Mas a festa estava naquela fase em que todos se dispersam em pequenos grupos, cada um fazendo o que gostam e têm vontade. Enquanto Maíra conversava com Guga, eu me juntei à turma que estava indo à praia. Ainda era madrugada e a maré estava baixa, deixando muitas pedras no caminho entre a margem e o mar. Eu bem que queria pular lá de roupa e tudo, mas ia me arrebentar toda se fizesse isso... Deixei para pular na piscina, mesmo.

E voltando à casa, como sempre, há uma galera que fica aglomerada na cozinha (uma casa tão grande e o grupo escolhe ficar ali naquele cubículo). E lá estava eu no meio da turma comandada pelo Jorge, vocalista da "Fulanos e Tais" contando suas piadas, uma mais tosca que a outra. Teve piada de bêbado, de marido farrista chegando em casa, do reino animal, de bicha... Os cearenses possuem esse dom natural de comediante. E eu, que tenho o riso frouxo, já viu, né? Fiquei com cãimbra na boca de tanto rir!

Aos poucos, a noite ia embora, o dia clareava, o sono ia chegando. Alguns convidados tiveram que ir embora. E nós fomos ficando por ali, até que dormimos.

Eram dez horas da manhã quando acordei. Teve uma galerinha que conseguiu pegar direto. Então a casa não parou um minuto! Àquela hora, o pessoal improvisou um karaokê com alguns vocalistas e músicos de plantão e outros intrometidos que resolveram alugar o microfone... O destaque aqui é para "A Dupla de Dois" Eliézio no vocal, Lediana no Back com participação especial de André dos Teclados, que tentava acompanhar a toskeira que estávamos fazendo com "Pra Ser Sincero", "Refrão de Bolero", "Novos Horizontes", etc entre um anúncio e outro de sorvetes (oito bolas, um real, traga a vasilha).

E na hora do almoço, eu tentava explicar para Rogéria e Myrella, as "leigas" participantes somente da lista enghaw, o significado da palavra TOSCO; porque o nome da nossa lista é CALDEIRÃO e o que tudo isso tinha a ver com ENGENHEIROS DO HAWAII...

À tarde a bebida tava no fim, comida nem existia mais. Já era hora nos despedirmos. E para encerrar a festa, inventaram uma lei: "Todo mundo dentro da piscina". E quem não cumprisse a lei era "sutilmente" carregado até lá. Adriana, coitada, foi a recordista por ser pega e "rebolada" dentro piscina.

No mais, o pessoal foi naturalmente se arrumando para irmos embora. Era chegada a hora, inclusive, de Maíra ir embora porque a passagem já estava comprada para as 21h. E lá fomos nós duas para a Rodoviária, enquanto a turma ainda ficou na casa esperando a Van que ia buscar todo mundo.

No caminho até a Rodoviária, sinceras conversas de amigas de longa data e alguns sonhos, planos e segredos compartilhados, tudo isso criando entre nós uma cumplicidade rara. Mais uma despedida entre nós duas. Tivemos tão pouco tempo... Mas temos a certeza de que o reencontro haverá. A dúvida é: quando. Talvez na turnê Nordeste dos Enghaw's, se é que nós duas ainda estaremos no Nordeste quando a turnê chegar...

E aqui esperamos novas festas, novos nívers, novos shows. Para integrar toda a turma novamente e fazer a gente ficar mais feliz de novo.

O Níver foi meu e da Adriana. Mas todos estamos de parabéns por cultivar nossa turma tão animada, tão alegre, tão unida!

Obrigada! E até a próxima!

segunda-feira, março 18, 2002

Aprovada

Finalmente saiu o resultado do Vestibular da UFC. E o melhor de tudo: fui aprovada!

Que felicidade ver meu nome na lista de aprovados.

E eu que estava com medo de não passar devido à redação que eu não tive tempo de corrigir no final... Que nada, minha nota na redação foi máxima. E foi a ótima redação que me deu a 20ª colocação!

"Adeus cursinhos noturnos"
"Adeus preocupações bobas no meio da noite"
"Adeus Biologia!"

Nunca mais estudarei para o Vestibular. Agora dou mais um passo. Agora meus encontros serão com as derivadas, integrais, aprofundamento em Física e Matemática e o que há de melhor no cálculo.

Engenharia de Produção Macânica, é o nome de curso que estarei me matriculando brevemente na Universidade Federal do Ceará. Já não era sem tempo de entrar ali como aluna, num curso de Graduação...

Esse mês está sendo cheio de surpresas, mesmo. Estou descobrindo que há muito mais pela frente do que para tráz. Preciso me libertar de um monte de fardos do passado e sorrir para a nova vida que se anuncia.

Meu ano começa agora. É Reveillon hoje pra mim. E amanhã não será igual a hoje!

Obrigada a todos os que direta ou indiretamente contribuiram para que eu chegasse até aqui!

terça-feira, março 12, 2002

Meu dia

É hoje! Completo 21 anos.

Atinjo a minha maioridade. Agora já posso me casar, financiar uma casa própria e ter cartão de crédito. Tudo isso de forma livre, sem a assinatura de um "responsável" ao lado da minha.

A sociedade me diz que hoje estou livre, que hoje sou responsável por mim mesma. E esse simbolismo também acaba me dando a mesma impressão. Parece que eu estou mais preparada para encarar a vida que está chegando... Meio difícil de explicar. Mas acho que todo mundo sente isso quando faz 21 anos.

Bem, no mais, estou feliz pelos parabéns que recebi hoje de todo mundo... meus amigos reais, virtuais! Que bom que todos se lembraram, me felicitaram.

Um obrigada a todos, e especialmente ao big e-mail que recebi do André (depois terei que contar essa história melhor), que foi a primeira mensagem que abri hoje assim que cheguei na Cemec e que me deixou bastante emocionada.

E vamos curtir o dia hoje, porque ele tá só começando. Pretendo sair mais cedo da Cemec, fazer umas coisas na rua e passear pela cidade...

Amanhã eu conto como foi!

quinta-feira, março 07, 2002

Noites Urbanas

Talvez amanhã dê pra escrever...
Ou então depois....

quarta-feira, março 06, 2002

Isso deveria ter sido postado nesta data:
Segunda-feira, Março 04, 2002

Pra Ficar Legal (Natal - Jampa - Recife - Fortal)

Esse relato não será dividido em 2 partes porque, na verdade, a minha viagem durou apenas 1 dia de 48 horas.

E eu com esses números? Então vamos ao relato:

Quando percebi eu estava dentro de um ônibus rumo a Natal. Noite adentro: nove horas de viajem pra me encontrar com a turma de lá que estava se organizando para saírem direto para João Pessoa de carro. E minha vaga já estava garantida!

Rodrigo é o grande amigo EngHaw que tenho em Natal. Ele já tem cadeira cativa lá na minha casa, quando vem a Fortaleza. E foi na casa dele onde fiquei dando um tempo até a hora do almoço enquanto ele me contava que as coisas não estavam saindo tão bem quanto planejado.

Pra começar, o carro que ia nos levar sofreu um acidente durante a semana. Capotou 5 vezes! Sorte que ninguém sofreu nada, mas o carro, como disse Rodrigo, ficou só o "maracujá". Fora isso, cada um dos que iam tinham seu motivo para desistir. No final, apenas Íris, a presidente do Fã-Clube DNA Kármico, recém fundado em Natal, estava disposta a ir. Então nos conhecemos pelo telefone e conversamos para sairmos juntas de Natal. Ok.

Na casa de Rodrigo eu ainda assisti ao vídeo do Hollywood Rock, onde numa entrevista Humberto Gessinger fala aquela frase onde diz que "Engenheiros é um motivo para as pessoas se encontrarem" e me emocionei ouvindo Augusto Licks e Carlos Maltz falando de seus ideais, opiniões... E os Engenheiros do Hawaii cantando "Help" dos Beatles. Mas o Luau nos esperava, era hora de ir.

Quando percebi eu estava num ônibus rumo a João Pessoa. Ao lado de Íris. Três horas de viagem foi tempo de sobra para nos conhecermos, falar muito sobre Engenheiros, sobre os amigos, sobre Natal, descobrir pontos em comum... Enfim, nos damos muito bem!

E em Jampa a festa começou cedo. Maíra já estava lá desde o dia anterior na casa de Anna e sua família feliz: irmãos, primos, primas, tias, mãe, pai... Todos na mesma casa construindo aquele clima de alegria. Ainda faltavam alguns preparativos que a Anna pretendia fazer para o Luau e ficamos por ali na cozinha atrapalhando mais do que ajudando.

Entre algumas histórias e outras, meu radar estava ligado para localizar as toskeirisses de plantão. E como não podia deixar de acontecer... Eis que compram uma cachaça para fazer uma batida de uva: "Garrotinha", de R$ 1,00. A embalagem era uma garrafa de cerveja de 600ml e o rótulo era o desenho de uma mulher com uma saia bem curtinha com a bunda de fora, parecendo aqueles desenhos pornô em quadrinhos, sabem? Uma garrotinha, mesmo.

E a gente discutindo:

- Porque Garrotinha?
- Ora, Garrote é um boi novo, então garrrotinha é uma vaca bem novinha!
- E porque que tem uma garota no rótulo e não uma vaca?

E eu como degustadora pra saber se valia a pena colocar uva e leite condensado dentro dela. E por incrível que pareça, a Garrotinha foi aprovada!

E foi nessa animação que arrumamos tudo dentro de carro e partimos para a praia de Cabo Branco, onde aconteceria o Luau. E lá mais gente boa pra se conhecer. Cerca de 40 pessoas de 4 estados reunidos por dois motivos que também foram os motivos do primeiro brinde: Engenheiros do Hawaii e Internet.

Enquanto alguns já se confraternizavam com o vinho e tira-gostos, outros arrumavam o cenário. As bandeiras serviram de toalhas sobre o areia para colocarmos as bandejas de frutas, frios e salgados e mais as bebidas. Montaram até uma fogueira... E ficamos por ali, ao redor das bandeiras tocando violão e cantando Enghaw.

A galerinha faz parte de uma outra lista de discussão de João Pessoa e do canal #enghaw (ou #enghawnet?) do mirc. E entre eles mais um amigo da Lista: Bruno Belo que me perguntou:

- Você é a "LEDIANA Carvalho"?
- Sim, a própria! E vc é o "Bruno Belo Belo".

Hehe. Legal como a gente se conhece pelas letras que recebemos no nosso micro...

A festa estava muito boa. As músicas contagiavam todos os presentes. O vinho, a batida de uva e as outras bebidas regavam a alegria da turma. Foi nesse momento quando eu e Maíra ligamos pra Guga, que já havia chegado em casa da "Baladinha de Sábado". E eu narrava pra Guga o que acontecia:

Uma turma se levantou e começou a brincar de roda "atirei o pau no gato-to, mas o gato-to, não morreu-reu-reu". Outros com medo de uma chuva que se anunciava, já se escondiam embaixo de uma tenda armada. Outros fingiam ir para o mar, mergulhar, mas apenas molhavam os pés... E voltavam.

E a noite seguiu nesse clima de alegria, de paz... Cada um fazendo o que queria e gostava. O violão não parou um minuto, sempre havia algo a cantar e tocar. A galera não parava de conversar, sempre havia algo a dizer, a conhecer.

E o dia foi amanhecendo. O céu clareando e os paraibanos me contaram que aquela praia era onde se localizava a "Ponta do Seixas", o ponto das Américas mais próximo da Europa. E eu, toskeiramente respondi:

- Tenho outro nome para "Ponta do Seixas"
- Qual?
- "Baseado do Raul" Hehehehehe.

Eu não posso contar nada que seja engraçado, porque começo a rir de mim mesma... Às vezes, só eu fico rindo. Às vezes, nem é engraçado.

Já era dia claro. Mas o céu estava cinza. Vinha chuva por aí... Enquanto alguns previam água por cima, eu pensei no mar, na água que estava aqui embaixo. E fui me encaminhando para a margem. Puxei alguns corajosos que foram comigo ainda pensando que eu iria fazer que nem os outros da noite que apenas molhavam os pés e voltavam. Mas segui e mergulhei de roupa e tudo. Maíra veio logo atrás mas se lembrou que estava com a máquina fotográfica e voltou para ir guardá-la... No fim, mais umas cinco pessoas resolveram também cair na água. Que estava muito boa, por sinal. Ainda havia um garrafão de vinho pela metade e o levamos para o mar, para acabarmos com ele.

É. Mas o tempo não espera por nós. Já eram umas sete da manhã do domingo. Algumas baterias estavam descarregadas, o pessoal precisava dormir, descansar. E foram debandando um por um. Começaram a arrumar a tenda, as bandeiras, as mesas, as bandejas, o lixo. O Luau Enghaw havia acabado. Hora de ir pra casa.

Mas eu e Maíra decidimos que não iríamos dormir. Tínhamos pouco tempo para aproveitar a viagem. Dormir, a gente dormia em casa, na viagem de volta... Mas não ali, não naquela hora. E quando chegamos na casa da Anna, apenas tomamos banho, trocamos a roupa molhada e saímos novamente. Perdidas em "Jonny People". Pegamos um ônibus, inicialmente íamos a um shopping, mas por ser domingo, ainda estava fechado, ia abrir às 12h. Então fomos numa padaria comprar algo para comer.

Caminhando até uma praia próxima ao tal Shopping que estava fechado, meio sem destino, sem saber onde iríamos, ficamos em dúvida sobre o que fazer. E sentamos numa mesinha na beira da praia, tomando uma coca-cola. E o diálogo seguiu mais ou menos assim:

- Ô, vidinha mais ou menos...
- O que a gente vai fazer agora, conhecer a cidade? Com quem para nos mostrar?
- Poderíamos ir ao cinema... Não, acho que não... No cinema, iríamos acabar dormindo naquele ar condicionado, na sala escura... Cinema, não!
- Lediana! Tive uma idéia! Vamos para Recife!
- Tá doida, é? Estamos em João Pessoa, Maíra!!!!
- Vamos, Lediana, agora! A gente fica lá em casa, você vai conhecer minha família, meu computador, de onde eu teclo com você no icq... São só 2 horas de viagem.

Com esses argumentos e minha dose de loucura que se identifica muito com a Maíra, facilmente dei o braço a torcer. Voltamos para a casa da Anna, arrumamos as coisas e saímos em um minuto.

Quando percebi eu estava num ônibus rumo a Recife. Eu devia estar indo em direção contrária, subindo para o Ceará, mas desci até Pernambuco.

Na casa da Maíra, tive tratamento cinco estrelas. Conheci a sua família, os computadores da família (um para cada morador da casa!). Tive o prazer de conhecer o cara que gravou pra mim o 1º CD Surfando Karmas & DNA a entrar em Fortaleza, o dono do nosso ftp, Thiago Viana, irmão da Maíra. Gente boa também.

Enfim, lá em Recife as coisas estavam mais pacíficas. Entramos no icq e lá encontrei a Handrews, que tava doente, parece. Conversamos com Luiz e quem mais aparecia lá para teclar com a gente. :-) . Mas a tarde passou-se muito rápido. Eu precisava voltar pra casa, para a minha vida real aqui em Fortaleza.

Quando percebi eu estava num ônibus rumo a Fortaleza. Embarquei na noite de domingo, às 21h. Assim que me sentei, fechei os olhos e só abri-os novamente Às 8h da manhã quando já entrávamos na Zona Urbana da BR-116, em Fortaleza.

Muitas lembraças boas guardadas (na mente e no coração). Algumas fotos reveladas (muitas outras queimaram). Grandes amigos que eu encontrarei novamente algum dia (seremos a maioria um dia, um belo dia). E uma certeza: "A estrada é infinita".

Beijos a todos e obrigada por terem me proporcionado 48 horas inesquecíveis!!

"O melhor está aqui"

sexta-feira, março 01, 2002

Paraíba - A Lua como testemunha

Olá Amigos!

E representando a turma EngHaw de Fortaleza aqui estou eu de passagem na mão rumo ao Luau EngHaw em João Pessoa, só, como um pássaro voando, tendo como companhia apenas o amigo Arturo Bandini (personagem do livro "Pergunte ao Pó" de John Fante, livro esse que é presença certa na minha bagagem).

Vou primeiro por Natal para me juntar, só, como se voasse em bando, à caravana que sai de lá direto para a Beira-mar em Jampa. Levo comigo a bandeira 10.001 Destinos para que todos assinem nos espaços brancos que ela ainda contém (ou não).

Mala ainda por fazer e pequenos detalhes para resolver... A única certeza é a de que meu ônibus sai às 23h de hoje. Será uma satisfação pra mim reeencontrar a turma do Nordeste (alguns não estão nas listas) que eu conheci em Fortaleza no Ceará Music e no último show dos Engenheiros que aconteceu aqui... E, ainda por cima, terei a oportunidade de conhecer mais gente nova!!

É como eu já falei para alguns de vocês: se tem uma coisa que eu adoro nos Engenheiros do Hawaii são os amigos que eu conheço através dessa banda. O nosso gosto em comum ultrapassa a fronteira da música. Na verdade ele faz parte de uma ideologia, uma forma de viver, que às vezes parece até um segredo que ninguém mais conhece, só nós.

Somos uma ENTIDADE, diria Carlos Maltz.

"Pois só eu sei andar sem saber até quando Ando só ó ó ó ó..."

Boa viagem!!! E vcs fiquem com Deus! Beijos,