terça-feira, fevereiro 05, 2002

Antes, durante e depois

Eu queria ter escrito isso em cada momento chave para poder reproduzir com mais realidade os sentimentos. Mas por motivos alheios à minha vontade, isso não foi possível.

Neste último fim de semana eu estava fazendo o que será talvez o meu último Vestibular. Eram as provas específicas para o curso de Engenharia de Produção Mecânica, na UFC: Redação, Física e Matemática.

Na semana anterior ao exame eu estava fazendo um curso preparatório para a prova e isso foi o que mais me tomou o tempo. Misturadas à ansiedade da véspera, as sensações que experimentei foram traumatizantes. Chegava em casa sem saber o que fazer: estudar ou relaxar. Em uma semana não haveria mais o que aprender, mas ao mesmo tempo eu não me sentia no direito de de ficar parada... Nessa dúvida constante eu acabava dormindo... E acordava no dia seguinte para começar tudo de novo: trabalho - cursinho - casa - cama.

E no dia anterior à prova de Redação eu saí com os amigos para uma festa de aniversário. Não bebi e me diverti muito. Até cantei músicas dos Engenheiros do Hawaii com a banda que tava tocando lá. Depois eu não queria mais largar o microfone. E minha voz desafinada maltratava os ouvidos dos presentes na festa. No fim da noite tudo terminou tranquilo e aquilo me ajudou a me distrair para o dia seguinte.

Hoje percebo que os conflitos internos e essa euforia inexplicável eram reflexos da ansiedade que eu sentia. Ritos de passagem. E na hora da prova, o acúmulo de emoções me fez perder a inspiração durante uma hora contada no relógio. Quem diria... Logo eu que "escrevo pelos cotovelos" justo numa hora em que precisava, não conseguia escrever uma linha que fosse... No final isso atrasou meu texto e os fiscais tomaram a minha prova antes que eu pudesse reler o texto para consertar os possíveis erros. O tempo havia acabado.

E foi após esse fracasso, após entregar a prova, que as confusões internas explodiram... Ali na sala de aula, que já estava vazia, chorei como há muito tempo eu não havia chorado.

E quando cheguei em casa dormi muito. As lágrimas foram necessárias para que eu liberase as tensões. No mesmo dia eu também saí com os mesmos amigos do dia anterior. Fomos para a Ponte Metálica ouvir o mar e com o violão na mão, cantar Engenheiros do Hawaii.

Todo o bom astral da galera foi o suficiente para me tranquilizar completamente. A ansiedade toda havia ido embora. No dia seguinte fiz a prova de Matemática e Física sem preocupações...

Agora é esperar o resultado. No fim tudo deu certo. Minha opinião sobre a prova foi igual a de todo mundo: Matamática tava boa, e Física, horrível! Resta saber quem acertou mais questões: eu ou todo mundo.

Depois disso tudo estou de férias. Pelo menos até quando sair o resultado.