segunda-feira, fevereiro 18, 2002

A lição

Às vezes a gente vai fazendo as coisas e perde o controle. Vamos agindo pensando que estamos fazendo o mais certo a ser feito mas quando olhamos pra trás (por que sempre olhamos pra trás) vemos que poderíamos ter feito coisas diferentes, ter feito escolhas diferentes...

E no final é só a gente que sofre. É só a gente que sabe o que fez e, por isso, sofre.

E fica pior quando a gente pensa: "se eu não existisse nada disso teria acontecido". É nessas horas que dá vontade de inexistir, para que o mundo se tranquilize com nossa ausência. Para que a tempestade se amenize com nossa partida.

Mas os piores não são os que erram, mas sim aqueles que não admitem seu erro. Num mundo onde ninguém é perfeito, há quem prefira apontar as faltas dos outros do que olhar para si próprio e perceber que também falha. E às vezes até também provoca, induz o erro nos outros.

Mas para mim, apesar disso tudo, meus quase 21 anos de estrada já me ensinaram que das pessoas podemos esperar de tudo, inclusive de nós mesmos.

Não é que eu não confie em ninguém. Mas estou preparada para tudo que possam me fazer, estou pronta para levar uma rasteira de meus melhores amigos. Estou pronta para minha melhor amiga dizer que não confia mais em mim por uma bobeira que eu possa ter feito. Estou pronta para fazer uma auto-avaliação e entender porque não fui compreendida totalmente: não são os outros que não entendem, sou eu que não me faço entender. Estou pronta para ser julgada e condenada também à revelia... E para pedir perdão, comos sempre pedi depois de reconhecer meus erros.

Se e quando isso acontecer comigo eu saberei, ou pelo menos tentarei pansar o bastante para saber o que fazer. Porque estou preparada. E porque sei reconhecer quando fiz algo de errado, e sei quando alguém está sofrendo ou magoado por algo que fiz ou deixei de fazer. E podem acreditar: eu também sofro com tudo isso.

Mas ao contrário de odiar "por alguns momentos" ou "pedoar pela metade". Farei e faço o possível para que tudo fique em paz comigo em com as pessoas. Perdoarei do fundo do meu coração, assim como já perdoei muita gente que me fez mal e reconheceu depois, e como fiz também com os que não reconheceram...

Porque por estar preparada pra tudo que venha das pessoas, eu também acredito da recuperação, na renovação. E que todos, eu disse todos, podem mudar a qualquer momento, inclusive agora mesmo.

Eu não faço jogos, eu não faço testes com ninguém. Eu apenas vivo procurando dar a minha melhor contribução para o mundo, olhando sempre ao meu redor, procurando dar as minhas mãos aos que vêm comigo, abraçar os que estão perto do meu coração, sorrir para os que vão passando. Não desejo mal a ninguém. Só quero fazer o bem porque isso me faz bem também.

Tem um cara chamado Carlos Maltz que parece que pensa assim também. Eu vou procurar ler mais sobre ele e conhecer melhor sobre sua vida para ter certeza. Isso me anima porque percebo que algumas pessoas no mundo ainda acreditam que a paz pode existir entre eu, você e o mundo!

A gente colhe aquilo que plantou!