quarta-feira, março 06, 2002

Isso deveria ter sido postado nesta data:
Segunda-feira, Março 04, 2002

Pra Ficar Legal (Natal - Jampa - Recife - Fortal)

Esse relato não será dividido em 2 partes porque, na verdade, a minha viagem durou apenas 1 dia de 48 horas.

E eu com esses números? Então vamos ao relato:

Quando percebi eu estava dentro de um ônibus rumo a Natal. Noite adentro: nove horas de viajem pra me encontrar com a turma de lá que estava se organizando para saírem direto para João Pessoa de carro. E minha vaga já estava garantida!

Rodrigo é o grande amigo EngHaw que tenho em Natal. Ele já tem cadeira cativa lá na minha casa, quando vem a Fortaleza. E foi na casa dele onde fiquei dando um tempo até a hora do almoço enquanto ele me contava que as coisas não estavam saindo tão bem quanto planejado.

Pra começar, o carro que ia nos levar sofreu um acidente durante a semana. Capotou 5 vezes! Sorte que ninguém sofreu nada, mas o carro, como disse Rodrigo, ficou só o "maracujá". Fora isso, cada um dos que iam tinham seu motivo para desistir. No final, apenas Íris, a presidente do Fã-Clube DNA Kármico, recém fundado em Natal, estava disposta a ir. Então nos conhecemos pelo telefone e conversamos para sairmos juntas de Natal. Ok.

Na casa de Rodrigo eu ainda assisti ao vídeo do Hollywood Rock, onde numa entrevista Humberto Gessinger fala aquela frase onde diz que "Engenheiros é um motivo para as pessoas se encontrarem" e me emocionei ouvindo Augusto Licks e Carlos Maltz falando de seus ideais, opiniões... E os Engenheiros do Hawaii cantando "Help" dos Beatles. Mas o Luau nos esperava, era hora de ir.

Quando percebi eu estava num ônibus rumo a João Pessoa. Ao lado de Íris. Três horas de viagem foi tempo de sobra para nos conhecermos, falar muito sobre Engenheiros, sobre os amigos, sobre Natal, descobrir pontos em comum... Enfim, nos damos muito bem!

E em Jampa a festa começou cedo. Maíra já estava lá desde o dia anterior na casa de Anna e sua família feliz: irmãos, primos, primas, tias, mãe, pai... Todos na mesma casa construindo aquele clima de alegria. Ainda faltavam alguns preparativos que a Anna pretendia fazer para o Luau e ficamos por ali na cozinha atrapalhando mais do que ajudando.

Entre algumas histórias e outras, meu radar estava ligado para localizar as toskeirisses de plantão. E como não podia deixar de acontecer... Eis que compram uma cachaça para fazer uma batida de uva: "Garrotinha", de R$ 1,00. A embalagem era uma garrafa de cerveja de 600ml e o rótulo era o desenho de uma mulher com uma saia bem curtinha com a bunda de fora, parecendo aqueles desenhos pornô em quadrinhos, sabem? Uma garrotinha, mesmo.

E a gente discutindo:

- Porque Garrotinha?
- Ora, Garrote é um boi novo, então garrrotinha é uma vaca bem novinha!
- E porque que tem uma garota no rótulo e não uma vaca?

E eu como degustadora pra saber se valia a pena colocar uva e leite condensado dentro dela. E por incrível que pareça, a Garrotinha foi aprovada!

E foi nessa animação que arrumamos tudo dentro de carro e partimos para a praia de Cabo Branco, onde aconteceria o Luau. E lá mais gente boa pra se conhecer. Cerca de 40 pessoas de 4 estados reunidos por dois motivos que também foram os motivos do primeiro brinde: Engenheiros do Hawaii e Internet.

Enquanto alguns já se confraternizavam com o vinho e tira-gostos, outros arrumavam o cenário. As bandeiras serviram de toalhas sobre o areia para colocarmos as bandejas de frutas, frios e salgados e mais as bebidas. Montaram até uma fogueira... E ficamos por ali, ao redor das bandeiras tocando violão e cantando Enghaw.

A galerinha faz parte de uma outra lista de discussão de João Pessoa e do canal #enghaw (ou #enghawnet?) do mirc. E entre eles mais um amigo da Lista: Bruno Belo que me perguntou:

- Você é a "LEDIANA Carvalho"?
- Sim, a própria! E vc é o "Bruno Belo Belo".

Hehe. Legal como a gente se conhece pelas letras que recebemos no nosso micro...

A festa estava muito boa. As músicas contagiavam todos os presentes. O vinho, a batida de uva e as outras bebidas regavam a alegria da turma. Foi nesse momento quando eu e Maíra ligamos pra Guga, que já havia chegado em casa da "Baladinha de Sábado". E eu narrava pra Guga o que acontecia:

Uma turma se levantou e começou a brincar de roda "atirei o pau no gato-to, mas o gato-to, não morreu-reu-reu". Outros com medo de uma chuva que se anunciava, já se escondiam embaixo de uma tenda armada. Outros fingiam ir para o mar, mergulhar, mas apenas molhavam os pés... E voltavam.

E a noite seguiu nesse clima de alegria, de paz... Cada um fazendo o que queria e gostava. O violão não parou um minuto, sempre havia algo a cantar e tocar. A galera não parava de conversar, sempre havia algo a dizer, a conhecer.

E o dia foi amanhecendo. O céu clareando e os paraibanos me contaram que aquela praia era onde se localizava a "Ponta do Seixas", o ponto das Américas mais próximo da Europa. E eu, toskeiramente respondi:

- Tenho outro nome para "Ponta do Seixas"
- Qual?
- "Baseado do Raul" Hehehehehe.

Eu não posso contar nada que seja engraçado, porque começo a rir de mim mesma... Às vezes, só eu fico rindo. Às vezes, nem é engraçado.

Já era dia claro. Mas o céu estava cinza. Vinha chuva por aí... Enquanto alguns previam água por cima, eu pensei no mar, na água que estava aqui embaixo. E fui me encaminhando para a margem. Puxei alguns corajosos que foram comigo ainda pensando que eu iria fazer que nem os outros da noite que apenas molhavam os pés e voltavam. Mas segui e mergulhei de roupa e tudo. Maíra veio logo atrás mas se lembrou que estava com a máquina fotográfica e voltou para ir guardá-la... No fim, mais umas cinco pessoas resolveram também cair na água. Que estava muito boa, por sinal. Ainda havia um garrafão de vinho pela metade e o levamos para o mar, para acabarmos com ele.

É. Mas o tempo não espera por nós. Já eram umas sete da manhã do domingo. Algumas baterias estavam descarregadas, o pessoal precisava dormir, descansar. E foram debandando um por um. Começaram a arrumar a tenda, as bandeiras, as mesas, as bandejas, o lixo. O Luau Enghaw havia acabado. Hora de ir pra casa.

Mas eu e Maíra decidimos que não iríamos dormir. Tínhamos pouco tempo para aproveitar a viagem. Dormir, a gente dormia em casa, na viagem de volta... Mas não ali, não naquela hora. E quando chegamos na casa da Anna, apenas tomamos banho, trocamos a roupa molhada e saímos novamente. Perdidas em "Jonny People". Pegamos um ônibus, inicialmente íamos a um shopping, mas por ser domingo, ainda estava fechado, ia abrir às 12h. Então fomos numa padaria comprar algo para comer.

Caminhando até uma praia próxima ao tal Shopping que estava fechado, meio sem destino, sem saber onde iríamos, ficamos em dúvida sobre o que fazer. E sentamos numa mesinha na beira da praia, tomando uma coca-cola. E o diálogo seguiu mais ou menos assim:

- Ô, vidinha mais ou menos...
- O que a gente vai fazer agora, conhecer a cidade? Com quem para nos mostrar?
- Poderíamos ir ao cinema... Não, acho que não... No cinema, iríamos acabar dormindo naquele ar condicionado, na sala escura... Cinema, não!
- Lediana! Tive uma idéia! Vamos para Recife!
- Tá doida, é? Estamos em João Pessoa, Maíra!!!!
- Vamos, Lediana, agora! A gente fica lá em casa, você vai conhecer minha família, meu computador, de onde eu teclo com você no icq... São só 2 horas de viagem.

Com esses argumentos e minha dose de loucura que se identifica muito com a Maíra, facilmente dei o braço a torcer. Voltamos para a casa da Anna, arrumamos as coisas e saímos em um minuto.

Quando percebi eu estava num ônibus rumo a Recife. Eu devia estar indo em direção contrária, subindo para o Ceará, mas desci até Pernambuco.

Na casa da Maíra, tive tratamento cinco estrelas. Conheci a sua família, os computadores da família (um para cada morador da casa!). Tive o prazer de conhecer o cara que gravou pra mim o 1º CD Surfando Karmas & DNA a entrar em Fortaleza, o dono do nosso ftp, Thiago Viana, irmão da Maíra. Gente boa também.

Enfim, lá em Recife as coisas estavam mais pacíficas. Entramos no icq e lá encontrei a Handrews, que tava doente, parece. Conversamos com Luiz e quem mais aparecia lá para teclar com a gente. :-) . Mas a tarde passou-se muito rápido. Eu precisava voltar pra casa, para a minha vida real aqui em Fortaleza.

Quando percebi eu estava num ônibus rumo a Fortaleza. Embarquei na noite de domingo, às 21h. Assim que me sentei, fechei os olhos e só abri-os novamente Às 8h da manhã quando já entrávamos na Zona Urbana da BR-116, em Fortaleza.

Muitas lembraças boas guardadas (na mente e no coração). Algumas fotos reveladas (muitas outras queimaram). Grandes amigos que eu encontrarei novamente algum dia (seremos a maioria um dia, um belo dia). E uma certeza: "A estrada é infinita".

Beijos a todos e obrigada por terem me proporcionado 48 horas inesquecíveis!!

"O melhor está aqui"