quarta-feira, outubro 16, 2002

Ceará Music 2002 - Show dos Engenheiros do Hawaii

Todos os shows enghaws agora são literalmente uma viagem. Porque ele começa muito antes de Humberto, Paulinho, Gláucio e Bernardo entrarem no palco. E termina muito depois deles irem embora. A gente participa e acompanha um monte de coisas que têm a banda como motivo, mas que a transcende:

* Eliézio aprontando a arte das camisas que usaremos no show

* Os Enghaws de Fortal se encontrando na Praia de Iracema, na Big Casa e em outros lugares fortuitos para acertar os detalhes para o show

* Os preparativos para recepcionar os viajantes enghaws, que já têm cadeira cativa nos "hotéis enghaws" estratégicos

* Os e-mails, telefonemas, as expectativas...

* A "concentração enghaw", galerinha reunida fazendo o que tá a fim de fazer: uns indo para o local do show mais cedo, outros mais tarde. Uns entrando correndo pra pegar a grade e esperar o show por mais de 5 horas. Outros ficando por ali, por fora, bebendo, curtindo e deixando pra entrar na hora mais relax.

* Os reencontros e desencontros com os amigos antes, durante e depois do show

* A volta pra casa, quebrados... Lembranças, saudades, histórias pra contar.

Enfim... Tudo isso faz parte do nosso show enghaw. E nesse Ceará Music não foi diferente. As coisas começaram a acontecer semanas antes, com a confirmação da turma de Natal, e mais o Sérgio, da Paraíba, que viriam até Fortaleza curtir o show com a gente. Faltou a galerinha de Jampa, a turma de Recife, que também se animaram, mas no fim, parece que a verba não deu, né? Mas... Tudo bem! :-) Para a próxima, todos estão convidados. O Brasil inteiro é bem-vindo nessa Fortaleza!

Íris chegou na terça-feira, Sérgio na quinta. Os dois montaram seu "QG" na casa de David. E Rodrigo, com sua "Legião Estrangeira", Sponja, e Wanderlan, tocaram a campainha da minha casa na sexta-feira pela manhã, quando eu estava me arrumando para ir pro trabalho. Legal que vocês já saibam o caminho e me pouparam de ter que ir ateeeeeeeeé a rodoviária buscar vocês, hehe. E na noite anterior, Sérgio havia ido ao primeiro dia do Ceará Music e também desembarcava lá em casa na sexta de manhã.

Com os hóspedes devidamente instalados, eu fui trabalhar e deixei-os guardiãos da BIG Casa. Só não podia dizer que ficassem à vontade, senão levariam isso ao pé da letra... Então "Não fiquem à vontade!!"

As horas passaram rápido! E quando dei por mim eu já estava lá na fila do Marina Park, às 15h30min esperando a abertura dos portões para correr até a grade. Eu, Adriana, Denis, e mais a galerinha de sempre, que se encontra na grade em todos os shows... Aquele lugar parece que já é reservado para nós. Nussa! Olhando o mapa do Marina Park, não dá pra acreditar no quanto corremos! Mas vale a pena. Eu que sou veterana de "Grade Enghaw" afirmo que não há melhor lugar pra curtir o show. Lá atrás, não tem graça. No meio, não dá pra sair vivo com tanto empurra-empurra. Na grade, pelo menos, dá pra se segurar, e tem espaço pra respirar. Em resumo: eu não troco minha grade por nada num show enghaw!

Mas aturar Raimundos e Charlie Brown Jr. é prova de fogo! O problema não é nem a banda, mas sim o seu público que empurra, bate, causa tanta confusão... Tanto que foi só os Engenheiros do Hawaii entrarem no palco e o lugar ficou muito mais apertado, sim. Mas todo mundo em paz, curtindo juntos o show, sem precisar de violência.

Como não podia deixar de ser, esse show foi diferente dos outros 4 dessa mesma turnê que assisti. Repertório mais lento, mais relax. E, por se tratar de um festival, muito mais curto. Houve quem reclamou do desempenho do Gessinger... Disseram que ele desanimou, morgou a galera.

Mas foi essa mesma galera morgada que fez um coro ensurdecedor em "Pra ser sincero" (ô ô ô ô ô - que nem no 10.000 Destinos). E que vibrava cada vez que Humberto falava de Fortaleza. E que cantou junto toda a música "Revelação", recebendo de braços abertos essa homenagem que a banda fazia à nossa terra.

Essa mesma galera morgada se espremia na frente do palco querendo mais, ouvindo mais, fechando os olhos, se embriagando com todas as músicas, cada uma refletindo uma parte de nossa vida, nos fazendo viajar para outros lugares, outros sonhos, outras pessoas...

Uma bandeira invade a frente do público divulgando o nome da nossa banda Zone Eng - Cover Enghaw. Um fã consegue subir nos ombros dos amigos de forma tal que ele aparece de corpo inteiro acima da multidão. Recebe um aceno do Humberto, posa para fotos de jornais e revistas e se torna a grande atração por 5 minutos... Da mesma forma que ele mesmo faz há 8 shows nesse Ceará.

Surfando Karmas & DNA encerra o show que, para nós, estava apenas começando :-( A área que estava lotada com o público se esvazia. Fica fácil de se transitar por ali. E os Enghaws de Fortal seguem a bandeira da Zone Eng e fixam-se num local para descansar, conversar, descontrair, beber, comer... Uma energia que só quem estava lá para entender, para sentir o mesmo.

Depois disso era hora de descansar, esperar o tempo passar e ir para casa...

O churrasco e a festa não rolou na BIG Casa. Sabadão morgado com um almoço na varada: galeto com batata e orégano, coca-cola e um brinde de Sidra Caetê. Muito bate-papo, histórias sobre Natal, Filosofia, Hemorróidas, Viagens, Bobeiras... Eu e minha irmã botando os hóspedes pra lavarem a louça... E mais morgação até a noite.

Fizemos a nossa programação extra-enghaw para agradar aos turistas. Uns foram para o terceiro e última dia de Ceará Music. Outros foram para outros programas mais baratos...

E no Domingo já era dia de despedida. BIG Casa vazia depois de já se acostumar com a presença da "Legião Estrangeira". Mas ninguém vai embora de Fortaleza sem provar o Chopp de Vinho! E os meninos gostaram tanto do negócio que mandaram encher um cantil de 2 litros para ir tomando na viagem...

Sérgio foi embora também no Domingo. E fomos deixá-lo na rodoviária. Mas antes disso ainda deu tempo de irmos a um barzinho comemorar sei lá o quê. Comer feijão verde, beber cerveja e pedir ao dono do bar pra colocar o cd de Engenheiros do Hawaii. E depois disso, falo que nem o Eliézio:

- Ô, vidinha mais ou menos...

E Íris a essa hora deve estar na estrada. Voltando pra casa... E todos nós estamos esperando o dia dos reencontros... Saudades!

E então... O que há para reclamar do show dos Engenheiros do Hawaii? Se ele foi tudo isso de bom!? O próprio Humberto Gessinger já afirmou que a banda é um pretexto para nós, fãs, nos encontrarmos. "A banda é de vocês, façam o que quiserem com ela" ele disse mais ou menos assim... E é o que estamos fazendo: o que queremos!

Que venham outros shows, outros encontros, outros pretextos... Isso é a essência da Engenharia Hawaiiana. E fazer disso meu estilo de vida é meu Karma, está em meu DNA. Só Deus sabe o vazio que seria minha vida se a banda, as músicas e os shows e principalmente, os enghaws, não existissem!

Valeu a todos que estiveram do meu lado nesses dias, nesse show, nessa viagem! Amo todos esses irmãos enghaws, de coração!

Mil beijos,
Lediana Enghaw