sábado, fevereiro 08, 2003

A chuva traz alívio imediato

Há mais de duas semanas Fortaleza amanhece chuvosa. Um dado anormal para uma cidade famosa por ter sol o ano inteiro. Ainda mais em si tratando de uma época de pleno e caloroso verão nordestino.

A cidade se desacostuma com a chuva. As ruas alagadas demostram nunca estarem preparadas para dias como esses. O trânsito segue devagar e com cuidado. Tudo parece meio preguiçoso. E qualquer atraso ou descuido é justificável diante do tempo que está fazendo. Ninguém se lembra mais onde estavam os guarda-chuvas e quando os encontram também fazem questão de esquecê-los onde quer que estejam, caso a chuva pare de cair. O céu fica cinza escondendo o sol, porém nunca a sua claridade de todas as manhãs...

Mas como qualquer novidade, a gente vai se adaptando. Vai convivendo. Sem falar que... Quem me conhece sabe: eu adoro o frio. E o melhor desses dias pra mim é o vento frio e gostoso passeando pela rua, entrando pelas frestas da janela do quarto e esfriando o ambiente. O ideal mesmo seria ficar em casa, embaixo das cobertas, dormindo mais um pouquinho... Uma pena que isso seja impossível para nós, simples mortais, em um dia útil.

E eu estava fazendo uma analogia entre essa mudança de tempo na cidade e na minha própria vida. Posso até dizer que o tempo assim desse jeito, de certa forma, contribui para eu passar bem por essas voltas que a vida está dando.

Bom, mas o fato é que já se passou tanto tempo desde que eu comecei a escrever este post, que hoje o sol já nem mais se esconde. E junto com ele o calor já está voltando também. E, talvez, de tanto eu ficar tocando nesses assuntos, as mudanças que estão ocorrendo comigo nem sejam mais novidade para alguns de vocês. Mas vamos a elas, mesmo assim.

O meu trabalho:

O mundo girou, girou, girou e eu mudei não somente de empresa ou de emprego. Mas também de ramo de atuação. Agora sou Analista de PCP de uma fábrica de refrigerantes aqui do Ceará. Estou aprendendo muito e adorando o que estou fazendo. O meu chefe é um engenheiro carioca cheio de bom humor, muito inteligente, com uns 30 anos ou mais de profissão. Manja muito de produção e indústria... Principalmente se o assunto for bebidas ou algo do ramo alimentício. E ele está figurando para mim como um verdadeiro tutor. Algo que eu sentia falta desde quando o meu eterno chefe Raimundo Brasileiro foi embora da Cemec em Fevereiro do ano passado.

Os meus estudos:

É... Bem... Aqui as coisas não mudaram muito. Eu continuo burra. Perigando ser reprovada logo no primeiro ano em algumas disciplinas importantes para todo o curso. Tem um monte de trabalho pra fazer, assuntos para estudar. E não há tempo para nada.

Às vezes penso que o melhor mesmo é desencanar disso e seguir em frente. Ninguém quer ser reprovado, mas fazer o quê? O que der pra passar deu, o que não der, vamos tentar de novo no próximo período. Além do mais eu costumo dizer que eu não sou uma estudante que trabalha, mas sim uma profissional que estuda. Ou seja, minha prioridade maior é o meu trabalho, que é de onde eu sobrevivo.

Mas aí também tem o lance de que atrasar um ano na universidade significa esperar um ano a mais para me tornar uma engenheira, e isso também pesa no lado profissional. Afinal, com esta idade eu já deveria estar no último ano e não no primeiro...

Tudo isso pesa na balança. E então é por isso que eu já decidi que não vou desistir mesmo (coisa comum para os alunos daqui no final do ano, quando a gente vê, uma sala que começa lotada com 60 alunos ou mais, de repente, no final do período, se tem 20 alunos assistindo aula, é muito). Eu tenho consciência de que no fim, as coisas não serão tão formidáveis, até porque eu nem mereço nenhum mérito. Mas falta só mais um mês de aula e eu tenho esse tempo para virar o jogo. E, se vacilar, ainda tenho as provas finais. Aí sim, será a minha última chance. E só então eu sossego.

Minha Fortaleza:

Por aqui anda todo mundo em paz. A BIG Casa continua sendo palco de animadas festas, churrascos ou simples encontros de amigos... Falando nisso, temos novos moradores na casa. Não sei se já comentei aqui, mas agora somos 6 pessoas dividindo o aluguel e as despesas. Legal que a casa é tão grande, mas tão grande que eu não senti a mínima falta de espaço ou privacidade depois que os novos moradores chegaram.

São eles:

Josias (ou Cabeleira) e Paula (ou Paulinha): namorados, moram na parte de baixo da casa e ocupam um quarto, a sala enorme e uma cozinha. Eles usam também a garagem da casa com o conversível do Josias (“Carro, não! Conversível” – é assim que ele fala).

Nayra: é uma artista da música, canta numa banda que se apresenta quase todos os fins de semana nas boates da Praia de Iracema. Conviver com ela está sendo ótimo. Eu não imaginaria que nos daríamos tão bem com a convivência diária. Nayra é também a namorada do Marcelo, baixista do Coda.

Eliézio: grande amigo que tenho em Fortaleza agora é meu vizinho de quarto. Ele ainda não se mudou definitivamente, fica se dividindo entre lá em casa e a casa dos pais, num bairro vizinho ao meu.

Luciana (minha irmã) e eu: dispensamos comentários. Sendo as moradoras mais antigas da casa, ainda somos nós duas que mandamos ali, hehe.

Dia desses fizemos um churrasco noturno para desejar as boas vindas aos novos moradores. Todos eles (exceto a Paulinha) são amigos de longa data, que já tinham o nosso apreço antes mesmo de mostrarem interesse em morar com a gente. O astral tá bem legal na BIG Casa. Estamos atravessando uma das melhores fases de moradia. Tanto pelo lugar, como pelas companhias.

Quanto a mim:

A vida está se resumindo em estudar, trabalhar, relaxar e ser feliz ao lado de pessoas que eu amo muito e que sem elas não haveria sentido estar aqui agora.

E há sim uma pessoa especial aqui comigo, lado a lado, nessa estrada. E essa é mais uma diferença entre a Lediana de 2002 e essa de 2003. Aquele ano eu começava sozinha por opção, esperando pacientemente a hora certa que eu sabia que chegaria, e assim eu me sentia bem. Mas esse ano agora eu considero que comecei ainda melhor e sem esperar nada. Não porque não haja esperança, mas sim porque nós dois preferimos viver o presente de hoje e de amanhã, e quando amanhã for o presente, vivê-lo também e também no dia seguinte... E seguindo assim, dia após dia.


<>E no mais...:

É isso. É engraçado como as coisas vão acontecendo, evoluindo, se transformando. Se eu não me engano, dia desses, esse blog fez um ano de existência. Um ano de minha vida e seus melhores momentos relatados aqui. Agora é bola pra frente. E que venham mais coisas boas para relatar.

Mil beijos,