A PONTE
Quando a gente vai crescendo parece que vamos enxergando as coisas de outro modo. Menos empolgação. O mundo que vai crescendo com a gente parece não ter nada a ver com aquele colorido de outrora.
Li em algum lugar que alguém um dia falou que à medida em que envelhecemos, o mundo vai desbotando, perdendo suas cores... Aos 20 anos começa a ficar cinza e quando chegamos à velhice, finalmente tudo fica preto.
Na vez em que eu li isso pela primeira vez, pensei que se tratava de um pensamento muito pessimista. Mas agora (confesso que hoje eu também estou meio pessimista) vejo que essas palavras fazem sentido, sim. E concluo que, na verdade, não é o mundo que perde, mas sim as pessoas que lhe tiram o seu colorido... A maneira como as pessoas estão cuidando de seu mundo de forma tão imperfeita: dizem e fazem tantas coisas e nunca se importam com as conseqüências.
E assim, pessoas como eu, que ainda enxergam colorido, também vão perdendo o sonho, a esperança, o entusiasmo. "Pra quê querer fazer o bem, se a maldade está hoje intrínseca em tudo?" É assim que chegamos a pensar, nessas horas de pessimismo. E nós mesmos acabamos por descuidar também, agindo muitas vezes tal qual as pessoas que já enxergam tudo cinza desde que nasceram...
Eu agora sinto-me em uma ponte. De um lado, de onde eu vim, a vida tinha graça e cada momento uma peculiaridade que o tornava especial. Do outro lado, a vida é tediosa, mecânica e não temos tempo de sequer olhar ao redor para poder mudar o que há. E sem cuidado, tudo vai despencando, se acabando, morrendo... E é para lá onde estou sendo levada. Não estou sozinha na ponte. Ao meu redor, uma multidão segue por este mesmo caminho. Mas ao contrário de mim, muitos estão de olhos fechados. Eles nem sabem que estão na ponte, nem sabem para onde estão indo.
Eu sei.
Eu sei que preciso fazer o caminho de volta. Embora a maioria das pessoas, dos acontecimentos ao meu redor me empurrem, me levem, me induzam a seguir em frente, eu sei que não é assim que tem que ser... E eu só desejo forças para conseguir.
Lá tem o meu mundo melhor me esperando. Meu mundo cheio de cores, meu mundo gostoso de se viver. Lá, sentem a minha falta, contam comigo, me querem por perto, mais perto.
Quando a gente vai crescendo parece que vamos enxergando as coisas de outro modo. Menos empolgação. O mundo que vai crescendo com a gente parece não ter nada a ver com aquele colorido de outrora.
Li em algum lugar que alguém um dia falou que à medida em que envelhecemos, o mundo vai desbotando, perdendo suas cores... Aos 20 anos começa a ficar cinza e quando chegamos à velhice, finalmente tudo fica preto.
Na vez em que eu li isso pela primeira vez, pensei que se tratava de um pensamento muito pessimista. Mas agora (confesso que hoje eu também estou meio pessimista) vejo que essas palavras fazem sentido, sim. E concluo que, na verdade, não é o mundo que perde, mas sim as pessoas que lhe tiram o seu colorido... A maneira como as pessoas estão cuidando de seu mundo de forma tão imperfeita: dizem e fazem tantas coisas e nunca se importam com as conseqüências.
E assim, pessoas como eu, que ainda enxergam colorido, também vão perdendo o sonho, a esperança, o entusiasmo. "Pra quê querer fazer o bem, se a maldade está hoje intrínseca em tudo?" É assim que chegamos a pensar, nessas horas de pessimismo. E nós mesmos acabamos por descuidar também, agindo muitas vezes tal qual as pessoas que já enxergam tudo cinza desde que nasceram...
Eu agora sinto-me em uma ponte. De um lado, de onde eu vim, a vida tinha graça e cada momento uma peculiaridade que o tornava especial. Do outro lado, a vida é tediosa, mecânica e não temos tempo de sequer olhar ao redor para poder mudar o que há. E sem cuidado, tudo vai despencando, se acabando, morrendo... E é para lá onde estou sendo levada. Não estou sozinha na ponte. Ao meu redor, uma multidão segue por este mesmo caminho. Mas ao contrário de mim, muitos estão de olhos fechados. Eles nem sabem que estão na ponte, nem sabem para onde estão indo.
Eu sei.
Eu sei que preciso fazer o caminho de volta. Embora a maioria das pessoas, dos acontecimentos ao meu redor me empurrem, me levem, me induzam a seguir em frente, eu sei que não é assim que tem que ser... E eu só desejo forças para conseguir.
Lá tem o meu mundo melhor me esperando. Meu mundo cheio de cores, meu mundo gostoso de se viver. Lá, sentem a minha falta, contam comigo, me querem por perto, mais perto.
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